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Entrevista Race – Glaucia Alves coordenadora de comunicação interna do Banco Santander

Glaucia Alves é formada em Jornalismo e atua como especialista em comunicação há mais de 10 anos no Banco Santander, sua experiência envolve interface com diversas áreas da organização: planejamento e execução de ações institucionais e comerciais, lançamentos de produtos, RH, sustentabilidade e investimento social.

 

  1. Você considera que comunicação interna para um banco é diferente de outros segmentos? Quais são as prioridades?

Não considero que é diferente porque o objetivo de informar e engajar funcionários deve ser o mesmo em qualquer organização. Claro que o tamanho da empresa, a quantidade de funcionários e a distribuição geográfica regem grande parte da estratégia. Num banco, que geralmente é muito grande, há de se considerar tudo isso, além do modelo de negócio. Falar sobre banco é difícil para dentro e para fora, gerar admiração sobre um serviço, algo que é intangível, é também um desafio na comunicação interna. Perseguimos diariamente o objetivo de despertar paixão dos funcionários pela marca, porque quem admira e tem orgulho exerce o mais importante papel de ajudar a conquistar satisfação de clientes.

  1. Como é fazer comunicação interna para uma empresa com aproximadamente 50.000 funcionários?

Somos pouco mais de 42 mil funcionários no Brasil. Fazer comunicação para uma empresa grande assim é carregar o desafio de sempre reinventar a forma. Temos uma estratégia muito bem estruturada que reflete os direcionamentos de negócios e institucionais do comitê executivo, os objetivos estão sempre alinhados, a comunicação também transporta o que o discurso de gestão leva às equipes, cada vez mais pessoal, com uma linguagem que considera simplicidade na informação e no formato.

  1. Como a comunicação interna é gerenciada? Existe uma divisão interna por veículo ou mídia?

Estamos estruturados em frentes de negócios: varejo, institucional e atacado. Existem veículos de comunicação específicos pra cada público, várias mídias. Tudo quase sempre digital: boletins diários, intranet, TV Corporativa, WhatsApp, revista, aplicativo, rede social interna.

  1. É possível comparar a Comunicação Interna de uma grande corporação com uma estrutura de um grande grupo de mídia, pensando que existem vários veículos de comunicação?

Não acho possível comparar. A comunicação interna de uma grande corporação vai além do volume de conteúdo como num grupo de mídia. Costurar os objetivos estratégicos, alinhamentos entre áreas de negócios, e tudo isso com velocidade, faz da comunicação corporativa um processo mais complexo. Não estamos falando só de pluralidade de informação, mas de muita estratégia que precisa ser transformada em notícia, engajamento e resultado.

  1. Em tempos de crise econômica, como é feita a comunicação para o público interno?

Há um cuidado constante em cruzar realidade de mercado com objetivos de negócios e mais do que isso, de manter as pessoas no “jogo” porque os resultados continuam sendo cobrados e o cenário deixa claro o quanto está mais difícil entregar. Falamos todos os dias sobre a mesma coisa de maneiras diferentes, reinventando o discurso sem perder a direção.

  1. Como você avalia o cenário atual de comunicação empresarial?

A comunicação empresarial é a engrenagem para as empresas, é por meio dela que estratégia e objetivos se tangibilizam. Comunicação inteligente é a que ajuda a promover o discurso na prática, que alcança o espírito e modelo de trabalho dos funcionários, que ajuda a deixar claro o que se espera e aonde se quer chegar. Mas a comunicação tem que se provar importante, deve ajudar a entregar resultado tanto quanto uma área de negócio. Se não houver estratégia também no modo de comunicar, não há comunicação de qualidade capaz de gerar orgulho e admiração. Poucas empresas já caminharam nessa direção, ainda precisam dar o espaço e a importância que a comunicação deve ter. No Santander, comunicação é engrenagem pura.

  1. Como uma empresa global pode fazer para gerenciar o relacionamento com diversos públicos ao mesmo tempo?

No Santander, os países têm autonomia de negócios e, consequentemente, de comunicação. Alinhar a informação local à global é algo que permeia muito o discurso e mensagens principais, mas não estamos presos a um modelo único. Consideramos as diferenças, evolução de cada país e muita autonomia de execução. O fio condutor está no conceitual e na mensagem residual, mas com a dose que cada divisão entende que precisar calibrar.

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