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Diversidade entre rosas e espinhos - Race Comunicação

Diversidade entre rosas e espinhos

Por Nadini Lopes

Quando nos sentamos nos bancos das universidades para estudar comunicação aprendemos que esse conceito se define não somente pela emissão das mensagens, mas também pelo importantíssimo papel do receptor. Caso o receptor não compreenda aquilo que foi emitido, isso demonstra que não houve comunicação.

O processo de comunicação é uma via de mão dupla, haja vista que também evoca o fato de o receptor se tornar emissor ao passo que interage com aquilo que foi dito. Oras, então a comunicação também prevê a interatividade como parte fundamental desse processo?

A resposta para essa pergunta está estampada nas nossas rotinas diárias. Embora não se possa comparar os grandes complexos midiáticos com a visibilidade de cada comentário nas redes sociais, é possível observar que existe interação, que as pessoas podem colocar suas vozes para o mundo.

E de que forma a comunicação pode trazer a diversidade? Como podemos fazer para que o pluralismo das diferentes sociedades seja abarcado na hora de comunicar?

A comunicação só pode ser inteiramente diversa se os interlocutores também forem. Não tem como uma empresa acreditar que é diversa por trazer alguns temas para suas pautas institucionais quando, na verdade, a diversidade não protagoniza o seu quadro de funcionários, por exemplo.

 

De Brecht a Gisela Ortriwano

Bertold Brecht, nos seus escritos sobre as teorias do rádio, afirmou que o rádio seria o mais brilhante meio de comunicação se, além de falar, ele pudesse ouvir. Vejam bem, o pesquisador, dramaturgo e poeta sabia, no início do século XX, da importância de o receptor se tornar emissor ao passo que interage com o seu interlocutor.

Gisela Swetlana Ortriwano, saudosa professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), em seu texto “Rádio: interatividade entre rosas e espinhos”, inicia o seu texto evocando os pensamentos do ensaísta alemão e contextualiza o que Brecht imaginava sobre o rádio com dupla mão de direção. “Interatividade é um anseio do antigo ouvinte”, afirmava Brecht.

Os textos de Brecht foram escritos entre 1927 e 1932 e o autor falava da interatividade como sendo um anseio. Se as vozes ressonantes nas redes sociais podem ser pelo menos uma parte dessa comunicação interativa e integradora, de que forma podemos transportar essa realidade para a comunicação fora das redes?

 

Bias ou ismos?

Atualmente é comum observar as lutas das empresas por “pink Money” ou outros tipos de “moneys” que possam surgir. Algumas fazem um papel agregador e extremamente importante para a sociedade ao passo que compreendem a diversidade como uma forma de se atingir uma sociedade equânime.

Outras, utilizam essas bandeiras no período de orgulho LGBTQIA+, nos meses coloridos ou em outras ocasiões para construírem suas imagens em cima dessas lutas que não são incorporadas verdadeiramente.

Vão da luta contra a homofobia em suas comunicações externas ao aceite do colega de trabalho que se diz “contra o homossexualismo”. Assim, não promovem uma mudança nas estruturas de suas bases e acabam trazendo a plasticidade do discurso e a falta da comunicação diversa.

 

Diversidade para quem?

O papel da comunicação, do ato de comunicar é, sem dúvida alguma, fundamental na construção de uma sociedade em que os receptores também emitem e as campanhas externas também são aplicadas internamente.

Afinal de contas, quando se fala sobre comunicação diversa, não estamos somente debatendo as legendas e siglas que mais trazem retorno à imagem das empresas. Estamos falando sobre doenças psicológicas, síndromes que os funcionários possam ter, problemas pessoais que enfrentam e uma gama imensa de temas.

O que fica claro é que para se obter uma comunicação diversa os ideais de humanidade devem ser intrínsecos e inerentes à existência daquele que comunica. E para que haja diversidade na comunicação é fundamental que os atores comunicacionais sejam plurais, do contrário, serão mais ações para “inglês ver”.

 

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